quinta-feira, maio 14, 2009


Aquele senhor, arrastado pelos seus quarenta e poucos anos, sempre que chegava em casa alterava o seus movéis de lugar. Ele reclamava que o estado normal era de total desorganização. A mulher, intrigada, assistia a cena todos os dias, porém era mais submissa que mãe e nada questionava. Após concluir o ritual o senhor corre para cozinha, que fica no final do quintal.Ofegante ele abre a geladeira e pega uma caixa de cerveja. Retorna calmamente ao interior da residência. Ao ver aquela bagunça, sente-se intrigado. De soslaio ele vê a mulher sentada na ponta do sofá e com os olhos vidrados na televisão que nesse momento, permanece ligada frente a parede. Ele sobe as escadas, entra no quarto e larga a cerveja na cama. Perplexo ele vai em direção a janela. Ele limpa o vidro com o dedo e vê que um senhor de terno com cara de cavalo rodeia o seu jardim. Talvez seja amigo da sua mulher. Ele se vira para o quarto e as cervejas estão sem a tampa e largadas no chão. Por um momento ele percebe que não está sozinho. Lentamente ele desce as escadas daquela casa vazia e úmida. Parece que por ali ninguém residiu. Ele lembra da grama alta no quintal. Mais uma vez ele corre até a janela, agora da sala, e vê que o senhor de terno está vendendo a casa. Uma mulher teria comprado. Ele sai pela porta de trás sabendo que irás voltar a qualquer momento para aquele lugar.

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